segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Capturada num jardim de Mantova.

Quando saí de Firenze rumo a Verona passei por várias cidades, entre elas Bologna, Modena e Mantova. Gostaria de ter parado em todas elas, mas, infelizmente, isso não foi possível porque estava com um grupo de amigos e, neste caso, paradas fora do roteiro exigem certo planejamento.

De qualquer modo, demos uma paradinha em Mantova, cidade onde morou e trabalhou Andrea Mantegna (1431-1506), um dos gênios do Renascimento. Quando entramos na cidade fomos parar numa bela avenida chamada Via Te, conforme vim a saber depois. De repente, deparamos com um parque imenso, bem-cuidado, com um belo portal de entrada. Estacionamos o carro e lá fomos nós.

O parque que me "capturou" - Foto: acervo pessoal

Ao fundo, o portal - Foto: acervo pessoal

O parque era um convite a uma caminhada, a um passeio, a um descanso ou até mesmo à leitura. Aliás, qualquer coisa que se fizesse lá dentro seria prazerosa.  

Repare na menininha brincando no primeiro plano... um privilégio! - Foto: Simone Catto

Na foto abaixo, margeando as árvores do lado esquerdo, há um barzinho com mesas brancas de frente para o parque. Deve ser uma delícia tomar um vinho branco ali no verão!

Foto: Simone Catto

No centro do parque, havia uma construção: o Palazzo del Te. Até então, eu não sabia que palácio era aquele. Agora já sei. Atual Museu Cívico, o palácio foi construído entre 1525 e 1535 por encomenda do duque Federico II Gonzaga, senhor de Mantova, um nobre bon vivant e apaixonado por cavalos. Autêntico exemplar do estilo Maneirista, a construção é a obra mais célebre do arquiteto e pintor Giulio Romano (Roma, 1499 – Mantova, 1546), que foi aluno de Rafael e havia acabado de realizar algumas obras decorativas em villas de Roma. O palácio possui proporções insólitas: é um extenso bloco quadrado, térreo, cuja altura representa cerca de um quarto da largura, e está rodeado pelo parque que tanto me encantou.

O Palazzo del Te - Foto: acervo pessoal

Construído única e exclusivamente para o lazer do duque que sabia aproveitar a vida, o palácio forneceu ao arquiteto uma excelente oportunidade de soltar a fantasia numa profusão de detalhes decorativos e afrescos cheios de imaginação, alguns de forte apelo erótico, executados também por artistas convidados. Terminada a obra, consta que Federico II instalou no local sua amante Isabella Boschetti e promoveu grandes recepções para seus ilustres hóspedes.

A visita aos jardins do palácio, embora breve, me deu vontade de conhecer mais a cidade. Descobri, depois, que há muito para ser ver em Mantova – inclusive a casa onde o mestre Mantegna viveu e trabalhou. Mas isso é para a próxima vez. Por enquanto, saiba mais sobre o Palazzo del Te e a cultura de Mantova em www.cittadimantova.it/it/doc-a-4-1.aspx.

Um totem à entrada do parque lista as atrações da cidade. Organização é isso!
Foto: acervo pessoal

Após seguir viagem, paramos na estrada para almoçar. Aliás, esse é um capítulo à parte. Entre uma cidade e outra, existem vários vilarejos, distritos que nem estão no mapa de tão pequenos. Foi num deles, a caminho de Verona, que descobrimos a Trattoria Ruzzenente (Via Duca degli Abruzzi 5 - Villafranca di Verona), inaugurada em... 1934!

Foto: acervo pessoal

Quando chegamos, só havia homens no local. Já eram quase duas horas da tarde e o restaurante começou a esvaziar, daí concluirmos que era frequentado por trabalhadores da região. Fomos atendidos por uma senhora e uma moça que certamente era sua filha e que prontamente nos apresentou os pratos do dia. Como o nhoque que eu pedi já havia acabado, optei, então, por um fetuccine no azeite com carne moída – no que tive muita sorte, já que meu prato estava uma delícia e a amiga que ficou com o último nhoque do dia não gostou nem um pouco!!! Rs... E para acompanhar, dá-lhe tinto da casa!!

Entrada da Trattoria - Foto: Simone Catto

Simplicidade, boa comida e bom atendimento: perfeito! - Foto: Simone Catto

Diga-se, de passagem, que essas refeições caseiras fora dos grandes centros têm um ótimo custo-benefício, já que come-se muito bem por preços excelentes. E depois de todo mundo satisfeito... pé na estrada! Verona nos esperava.

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