domingo, 24 de março de 2013

Oui, a França também está aqui.

O rio Sena, sempre lindo... - Foto: Simone Catto 
Quem me conhece sabe de minha profunda identificação, sabe-se lá como e por quê, com a cultura francesa. Aliás, será que me chamo 'Simone' por acaso? rs... Sei lá. Só sei que, em 2011, participei de um concurso cultural promovido pela Aliança Francesa em São Paulo, no qual deveria apresentar uma produção literária com o tema 'O que há de francês em São Paulo?'. Então inscrevi o texto abaixo e - legal! - fui uma das vencedoras, tendo minha "obra" revelada em uma exposição na Aliança Francesa de Santo Amaro. E como estamos em plena Festa da Francophonie, resolvi compartilhá-la com vocês enquanto presto uma homenagem aos mentores que não param de me inspirar naquele país. Para uma melhor visualização, grafei as palavras de origem francesa em azul. É isso aí, vive la France qui habite Sampa! 

A França em Sampa

Em São Paulo, há um pouco de francês a qualquer tempo e em todo lugar.
Do pão francês que comemos ao despertar ao edredom que estendemos à hora de deitar.

Há um pouco de francês na Isabelle, Simone ou Michelle que, num dia de inverno, veste o mantô e o cachecol para ir trabalhar de metrô porque bateu seu Peugeot, Citroën ou Renault e destruiu o capô.

Há um pouco de francês em cada garoto no guichê da estação Trianon que compra bilhete vestindo boné com pompom.

Há um pouco de francês em cada amante que tira o sutiã em uma garçonnière secreta do Edifício Copan.

Há um pouco de francês em cada madame que sai com o chofer, para num bistrô e degusta champanhe enquanto o garçom serve o couvert.

Há um pouco de francês no sommelier do La Casserole, do La Tartine, do Le Vin e do Ça-Vaassim como há um pouco de francês no chef do Freddy, do Marcel, do Petit Trou e do Voilà.

Há um pouco de francês na moça que compra bijuteria no camelô depois de buscar o filho na creche e enfiar-lhe uma blusa de tricô. 

Há um pouco de francês em cada garota que retoca o batom no toalete depois de se lambuzar com o patê, a salada e o queijo na “baguette”.

Há um pouco de francês num hotel chique como o Renaissance ou o Sofitel, assim como há um pouco de francês em cada hóspede que veste o maiô, dá um mergulho, faz massagem e almoça um filé regado a bordeaux.

Há um pouco de francês em cada concièrge que faz reservas para o teatro e o balémas indica a rua Augusta para uma boate ou cabaré.

Há um pouco de francês em cada manequim que prova roupa no ateliêfaz pivô na passarela da SP Fashion Week e recebe um bom cachê.

Há um pouco de francês nos protestos da Avenida Paulista e na diversidade que enfeita cada pista.

Há um pouco de francês na beleza decadente do velho Centro e na pujança noturna que encanta quem está fora e dentro.

Há um pouco de francês em cada esquina, em cada bairro e por aí. Oui, Sampa, a França também está aqui!

Éclairs da Julice Boulangère... merveilleux, nham! - Foto: Simone Catto

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